Charlie é um garoto bastante diferente da maioria. É solitário, não tem amigos e sua visão de mundo é rasa, superficial. Ele leva uma vida monótona, sem grandes acontecimentos, sempre imerso numa solidão que parece não ter fim.
O protagonista vive num universo próprio, isolado do mundo ao seu redor e, inclusive, se mostra um pouco indiferente em relação à vida como um todo em determinados momentos, enquanto que em outros, parece ter uma sede insaciável por compreensão. A visão de mundo de Charlie pode nos parecer bastante inocente a princípio, mas a verdade é que ele não busca por significados ocultos nas situações, apenas as observa e as analisa como de fato são, objetivamente.
"E mesmo que alguém esteja muito pior que você, isso não muda em nada o fato de que você tem o que você tem."
A tia querida que Charlie tanto amava morreu, seu melhor (e único) amigo se suicidou e seus pais o protegem demais. É em meio a toda essa vida confusa que ele conhece Sam e Patrick, dois irmãos que "adotam" Charlie como amigo. A partir de então sua vida muda completamente: agora ele tem um círculo de amigos, frequenta festas quase todos os finais de semana e não hesita em experimentar as bebidas e drogas que lhe oferecem. Mas, acima de tudo, Charlie tem dois amigos realmente fieis e que o aceitam como ele realmente é, com todos as ideias e pensamentos confusos. Agora, ele se sente vivo e intenso, se sente infinito.
Seu professor de inglês, Bill, é um personagem que se mostra interessado em ajudar Charlie e sempre lhe dá de presente livros extraordinários para que ele faça boas leituras e resenhas, incentivando-o a descobrir novos universos no mundo literário. Ele será muito importante no desenvolvimento e amadurecimento do Charlie ao longo do livro.
Juntos, eles passam por muitas coisas, novas experiências, brigas e muita diversão. Mas o mais importante é que Sam e Patrick ajudam Charlie a se inserir socialmente, e (quase sempre) de forma muito sutil, mostram a ele onde estão os erros que ele comete, incentivando-o a melhorar e a entender o mundo como ele de fato é. Mesmo assim, Charlie se sente muitas vezes sozinho e sem saber para onde correr, mesmo que não admita isso para si mesmo; e assim, vamos percebendo que realmente há algo de errado com ele.
O protagonista Charlie é também o narrador da história, a qual nos é apresentada através de cartas que ele escreve para um amigo anônimo com determinada frequência durante um ano inteiro - o último ano escolar. Como ele tem grande dificuldade para se expressar, o começo do livro pode ser um pouco chato e irritante, mas no decorrer da história vamos entendendo que essa jogada do autor foi genial para que compreendêssemos bem a personalidade do Charlie e acompanhássemos cada pensamento, o mais íntimo, do protagonista. Apesar disso, depois de um tempo a leitura passa a fluir muito bem, até porque, Charlie vai aprimorando sua escrita, graças ao professor Bill.
Como é de se esperar, Charlie é um personagem maravilhosamente bem construído e bem explorado psicologicamente, capaz de passar uma visão muito peculiar a respeito dos laços de amizade e familiares. As Vantagens de ser Invisível é um daqueles livros que te fazem chorar, refletir e se emocionar e o desfecho é, com certeza, surpreendente. Vale a pena!
Não simpatizo muito com essa capa e também não gostei muito das dimensões do livro (23 cm x 14 cm), mas a diagramação está ótima!
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Sobre o autor: "Stephen Chbosky cresceu em Pittsburgh, Pensilvânia, e graduou-se em roteiro na University of Southern California. Seu primeiro filme, The Four Corners of Nowhere, estreou em 1995, no Sundance Film Festival e ganhou menção honrosa de melhor filme no Chicago Underground Film Festival. Atualmente vive em Los Angeles, Califórnia. As Vantagens de ser Invisível é seu primeiro romance e foi adaptado para o cinema, tendo Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller no elenco.
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Beijos com carinho! ♥
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