1 de julho de 2014

Quem é você, Alasca? - John Green

Nome Original: Looking for Alaska
Editora: Martins Fontes
Páginas: 226
Gênero: Romance / Young Adult
Ano: 2010
ISBN: 978-857827-342-2
Minha Nota: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas
Onde Comprar: SUBMARINO | SARAIVA | CULTURA
 

Quem é você, Alasca? foi o primeiro romance escrito pelo autor John Green e, como todos os seus outros livros, trata-se de um YA muito bonitinho que tem como personagem principal um garoto nerd, anti-social, cheio de dificuldades psicológicas e obsessivo por alguma coisa (salvo A Culpa é das Estrelas). Nesse enredo conhecemos Miles Halter, um adolescente que não tem amigos e que é obcecado por últimas palavras, ou seja, pelas últimas coisas que as pessoas dizem antes de morrer, e por isso, adora ler biografias. Miles decide mudar-se para um colégio interno no Alabama, onde seu pai havia estudado, em busca do que o poeta François Rabelais chamou, em seu leito de morte, de  "O Grande Talvez".




"O que significa ser uma pessoa? Qual é a melhor maneira de ser uma pessoa? Como passamos a existir e o que será de nós quando deixarmos de existir? Em suma: quais são as regras deste jogo e qual é a melhor maneira de jogá-lo?"



É em "Culver Creek" que ele, pela primeira vez, fará amigos: Chip Martin, seu colega de quarto mais conhecido por Coronel e Alasca Young, uma garota excêntrica por quem Miles se apaixona imediatamente. Nessa nova fase de sua vida, Miles ganha o apelido de Gordo (ironicamente, por ser muito magro), e é apresentado a um mundo de bebidas, cigarros, sexo e regras quebradas, passando a fazer coisas que nunca antes tinha imaginado que pudesse ser capaz de fazer. Pela primeira vez, ele se sente vivo, se sente diferente e invencível.




"Se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão"



Alasca, apesar de fazer questão de dizer que ama o namorado, vai construindo com o Gordo uma relação bastante forte e, digamos, provocante, o que deixa o garoto cada vez mais confuso e irritado. Ela é uma garota de extremos, misteriosa e imprevisível. Chega a ser bastante (bastante mesmo) irritante por se mostrar egocêntrica demais, ora extremamente alegre e atrevida, ora solitária e mal-humorada (e essas variações são muito recorrentes, não é aquela coisa de simplesmente ter dias bons e dias ruins, é o tempo todo!). Ela conta para Miles que também tem últimas palavras preferidas: "Como sairei deste labirinto?" de Simon Bolívar.




" Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente."



Não à toa, o livro é dividido em duas partes de contagens regressivas/progressivas: uma antes do "grande acontecimento" e outra depois do "grande acontecimento". E é esse fato que mudará para sempre a vida de Miles e sua forma de encarar o mundo. E o que a princípio pode parecer mais um grande clichê da vida é genialmente desmembrado pelo incrível John Green. Como sempre, os livros do autor mesmo que direcionados para um público mais jovens, surpreendem a cada página. John tem uma habilidade inegável de prender o leitor, através de uma narrativa cativante e muito verdadeira. Não há aqui qualquer tipo de apelação. O autor sabe do que está falando, e a partir disso constrói personagens bastante reais e cheios de detalhes psicológicos muito importantes para o bom desenvolvimento da trama.


John Green é com certeza um dos meus escritores preferidos por toda sua capacidade de construir narrativas reais, poéticas e deliciosas, mas principalmente, por sempre me fazer acabar com meus post-it com tantas passagens lindíssimas! Têm passagens que são de tirar o fôlego no início da página 177 e nas páginas 224, 225 2 226 (trabalho final do Miles) que eu não vou colocar aqui porque contêm muitos spoilers, mas elas são UAU!


Leitura recomendadíssima! Edição muito bem feita pela Editora Martins Fontes (apesar de eu não gostar de algumas variações do papel Pólen-Soft por ser muito poroso) e capa uma gracinha, mas não a minha preferida (vide Batalha de Capas).


Sobre o autor: “John Green,premiado best-seller do The New York Times, é formado em língua inglesa e estudos religiosos pelo Kenyon College, em Ohio. Nasceu em 1977 em Indiana, onde vive com a mulher e o filho, e ao longo dos anos morou em Nova York, Illinois, Michigan, Flórida e Alabama. Atuou como redator na National Public Radio em Chicaco, foi editor assistente e de produção da revista de resenhas literárias Booklist e assinou críticas de livros para o The New York Times. Personalidade ativa na internet, além do próprio blog, do Twitter e do canal do YouTube Vlogbrothers, John coapresenta os vídeos do projeto “Crash Courses”: canal on-line com aulas gratuitas de história e biologia. Ele autografou todos os 150 mil exemplares da primeira tiragem de A culpa é das estrelas nos Estados Unidos.”


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Beijos com carinho! 

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